Antes da Chuva
"Convencido eu mesmo, não procuro convencer os demais." - Edgar Allan Poe
O minimalismo está em alta e as minhas impressões sobre este conceito nas artes plásticas são as mais imprevisíveis. Um único traço pode ser o start para uma delicada (e por que não marcante?) representação da realidade.
Tal qual o silêncio entre os acordes do violão tocado magistralmente por João Gilberto, a "falta" de elementos em uma obra de arte também faz parte de sua composição. Essa ausência de conteúdo vai na contramão dos excessos, do exagero e da catarse que pode levar meses em sua construção - ou parcos minutos como fazia o catalão Antoni Tàpies ao despejar um balde de tinta em um painel ao chão.
Após uma chuva de verão, um majestioso arco-íris pode se fazer presente. Mas, e antes? Numa tentativa tímida de se manifestar, um arco-íris mal conseguiu emitir as suas formas e cores.
Testemunhado por um Sol escaldante em pleno deserto, o pálido arco-íris bem que tentou, mas fracassou. O vento que supostamente precede a chuva também está presente, assim como o sentimento de solidão em meio a paisagem desértica, árida, sem nuvens e sem o azul do céu.
É a confirmação de que a chuva não vem e que a iniciativa do arco-íris em se fazer visto é louvável, ainda que sem forças ou energia suficientes.
Ao nos depararmos com inusitada imagem, fica o questionamento: a natureza é tão linda assim ou é superestimada apenas por quem só tem olhos para o que é belo?
Lindo ❤️👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirParabéns meu amigo!!!!
ResponderExcluirShow!
ResponderExcluirBeleza e leveza...minha intuição desde o primeiro olhar ..viu como "depois da chuva" ...aquela leveza, ar mais fresco e o tempo abrindo em arco-íris...parabéns Ítalo
ResponderExcluirDo amigo marcelo stepon
Muita sensibilidade e crítica no mesmo texto. Parabéns amigo , lindo o que escreve...
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