Amarelo-Carne

"O ódio é uma energia poderosa. Se você quiser fazer alguma coisa, resista ao ódio. Resista."

- Rosanna Arquette, atriz de Procura-se Susan Desesperadamente (1985), Depois de Horas (1985), Imensidão Azul (1988), Risco de Vida (1993) e Pulp Fiction (1994)


"Há uma rachadura em tudo.
É assim que a luz entra."

- Leonard Cohen, cantor e compositor 


Aos pedaços, sobras de uma idéia
O planejado não era isso
Agora acredito em arte pré-destinada
O pincel era inadequado e a mão pesou
Mas tudo bem, existe algo aqui
Está rompido como um livro sem a página final
Posso imaginar um remendo improvisado
Com papel, argamassa e ouro
E ainda assim o amarelo-carne soaria ao paladar
Um aroma colorido cujo sabor agradaria aos olhos
O branco é o melhor que esta obra oferece
Sóbrio, elegante e clássico
Reflete a luz para que o amarelo-carne se destaque
Amarelo-carne este que tem cor de salmão
E cor de cappuccino
É rosado como carne ao ponto e é amarelo também
Ao lado do branco, é quase nada
Se tomasse a tela por completo, não seria arte
Seria tédio
Do jeito que ficou, é tudo pra mim
Vou defender como se fosse um título de honra
Que quanto mais antigo, mais precioso
Vale tanto quanto uma boa lembrança
Daquelas que tem um lugar especial na memória
Nunca vou esquecer o Amarelo-Carne


Amarelo-Carne

por Júlio César Magalhães

"É essa a cor?"
"É o que diz no tubo"
E assim se fez a luz
Apesar de tudo
Lido o texto nada restava
Além de voltar e rever
O ponto e marcar
O que se devia esquecer
Ainda continua aqui
Mesmo depois do sinal falhar
Seja luz, seja vontade
Mesmo quando eu não voltar

Deixa o branco iluminar


Esse post teve uma colaboração espontânea do amigo Júlio César Magalhães, em meio a um papo sobre Leonard Cohen, o filme Depois de Horas do diretor Martin Scorsese e David Lynch e sua trilogia A Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos e Império dos Sonhos 




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